No último domingo, 8 de junho, Berlim viveu o ponto alto do Carnaval das Culturas, evento que desde sexta-feira tomou conta da cidade com música, dança, cores e celebração da diversidade. Durante os quatro dias de festival, mais de 1 milhão de pessoas participaram das atividades, mostrando que o interesse por esse encontro multicultural segue mais vivo do que nunca.
O desfile principal aconteceu na Frankfurter Allee e contou com cerca de 75 grupos de diferentes partes do mundo. aram pela avenida manifestações culturais da América Latina, da África, da Ásia, da Europa e muito mais, enchendo as ruas de Berlim com ritmos e expressões únicas.
O Brasil teve presença marcante, com vários grupos representando diferentes regiões do país. Um deles foi o Amasonia, criado pela artista brasileira Sonia, que participa do Carnaval das Culturas há mais de 20 anos. O nome do grupo é um trocadilho com “Amazônia” e o nome dela — uma forma bonita de unir a causa ambiental à sua própria identidade. Com fantasias vibrantes e coreografias cheias de energia, o grupo levou uma forte mensagem sobre a importância da proteção da floresta e da sustentabilidade.
O carioca Audair, que também desfilou com o Amasonia, falou com emoção sobre o momento:
“É um privilégio, como homem negro, representar o Brasil em um evento internacional tão importante. Aqui a gente fala de cultura, de representatividade e sustentabilidade.”
Outros grupos brasileiros também brilharam, cada um trazendo um pedacinho do nosso país para o coração da Alemanha. Eu, como colaboradora da ANF e voluntária no evento, pude viver tudo de perto, inclusive os bastidores. E claro, entre um turno e outro, entrei na folia e celebrei junto.
Mais do que um desfile bonito, o Carnaval das Culturas continua cumprindo o papel que motivou sua criação lá em 1996: promover o respeito, o encontro entre diferentes e a convivência numa sociedade mais justa e plural. Neste ano, temas como solidariedade, justiça social e meio ambiente marcaram muitas das apresentações. Foi uma celebração da cultura, mas também um chamado à consciência.

