Na noite da última quarta-feira (14), duas pessoas morreram após uma descarga elétrica em uma rua alagada no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife. O choque foi provocado por um trailer que funcionava com ligação clandestina de energia. As vítimas foram Janeide Félix da Silva Cruz, de 57 anos, funcionária do trailer, e Vinicius Wendel Presta da Silva, de 23, cliente que tentou socorrê-la.
Segundo testemunhas, o veículo vendia refeições na região e, durante o alagamento, a água se tornou condutora da eletricidade. Vinicius tentou ajudar Janeide ao perceber que ela estava sendo eletrocutada, mas também foi atingido. Equipes do Corpo de Bombeiros, do SAMU e da Neoenergia Pernambuco foram acionadas. Os óbitos foram constatados no local.
Em nota, a concessionária de energia informou que o trailer estava ligado à rede elétrica de forma irregular. A tragédia evidencia não só o risco das gambiarras, mas também o abandono das áreas populares quando o assunto é infraestrutura segura e fiscalização preventiva.
Na mesma noite, o Recife enfrentava fortes chuvas que causaram alagamentos e caos no trânsito. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), choveu em poucas horas o esperado para todo o mês de maio. Vídeos nas redes sociais mostraram ruas submersas, ônibus parados, ventos fortes e a rotina da população interrompida mais uma vez.
Não é um caso isolado. No dia 5 de fevereiro, outras três pessoas morreram eletrocutadas em circunstâncias parecidas, também durante alagamentos no Grande Recife. O medo, que antes vinha das barreiras prestes a desabar, agora também está nas águas acumuladas nas ruas – misturando descaso, eletricidade e a rotina de quem já vive à margem da segurança urbana.